Dias, tempos e Tempo
- Professor Seráfico
- 25 de dez. de 2023
- 1 min de leitura
Os últimos dias de todos os anos, além das festas habituais, trazem consigo rotina e pauta quase invariáveis. Os meios de comunicação dedicam-se a explicar razões e desrazões das autoridades para tomar decisões que tomaram no que eles mesmos - comunicadores e decisores - chamam exercício. Não fogem a essa pauta, frequentemente reiterativa, previsões sobre o que será o novo período de 52 semanas que bate à porta. Nas repartições públicas (lembram-se que assim eram chamadas?) e nas empresas sucedem as festas de confraternização, mesmo se a fraternidade já quase não as frequenta. Os tempos hoje são outros, e não exatamente porque o Mundo/mundo estagnou no passado. Xingamo-nos reciprocamente, graças sobretudo à facilidade de mantermos as aparências. O anonimato da tecnologia o assegura. Passados a troca de presentes e os regabofes de sempre, sequer nos demos conta de que o homenageado no Natal foi a presença menos importante. O peru, a farofa (ela, presente na mesa e no palavrório servido), o chester, o tender, o presunto, as frutas sazonais, como de estação os sentimentos inspiradores - tudo ganha nova sede: toscos ou luxuosos álbuns fotográficos ou cds bem trabalhados. Segue o calendário gregoriano, o Planeta continua a descreveir sua inevitável rota, tentando resistir à sanha dos agressores eventuais, como se o Tempo, realidade ou ficção, também fosse passageiro. Zombando de nós, o Tempo responde: eu estava aqui quando todos vocês chegaram; estarei para receber outros, geração-após-geração. Até quando?
Comments