Ainda não sei como se saiu o mais importante depoente da história recente do país. Por enquanto, convivo com a convicção formada - e firmada em fatos e antecedentes - de que terá apenas reproduzido as mentiras que inspiram sua vida. Simples dedução, apenas aparentemente. Ou ilação, como tem sido dito pelo rebanho que o acompanha. Cegamente, se não estariam um palmo além do rebanho. O que se tem sabido dele e contemplado nas telas de televisão, redes antissociais e fotografias, além das informações relacionadas às suas atividades autoriza imaginar próxima a hora de se acrescentar ao repertório jurídico e aos anais judiciários um novo instituto de Direito. Refiro-me à presunção de culpa, como contraponto à presunção de inocência. Se esta quase nunca socorre os pretos, as mulheres, os trabalhadores, indígenas, quilombolas e membros da comunidade LGBTQIA+, a outra, por inexistente ainda, evitaria a criminalidade reiterada. E, convenhamos, ampliada para abranger todas as formas de delinquência. Talvez alguns pensem instituto inspirado na sabedoria popular, que faz tempo advertiu para o fato de que cesteiro que faz um cesto faz um cento. Quem tenha assistido a um dos mais destacados discípulos do depoente de que tratamos, em entrevista ao Stúdio i, da Globo News, enquanto o líder enfrentava a curiosidade dos policiais, juraria ser seu inspirador um cidadão acima de qualquer suspeita. Mais que isso, o Presidente do PL (não por acaso o lugar em que se alberga o ex-Presidente da República), Waldemar Costa Neto reivindica posição que inverte a proclamação de seu correligionário. Por isso, o ex-parlamentar pretende pô-lo acima de Deus, tão diferente (ainda bem!) ele é de todos os demais mortais. Esse o entendimento do Presidente daquele partido. Graças a isso, Waldemar espera que ele consiga enganar todo o Poder Judiciário e aparecer à vista dos seus contemporâneos como o campeador de Burgos. Já que o homônimo do herói espanhol será sacrificado em nome do diretor de Deus.
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