Imagine-se o governo norte-americano concedendo um título honorífico ou uma condecoração nacional ao Presidente da Rússia, Vladimir Putin. É quase certo que a maioria dos governados por Joe Biden resistisse à decisão. E se o mesmo beneficiário dessa decisão absurda fosse indicado para receber o Prêmio Nobel da Paz? Como se sentiria a comunidade universal? Qual seria a reação dos pacifistas de todos os continentes? O assunto vem a pelo, quando por decisão do sinistro da Justiça do Brasil o Presidente da República é agraciado com medalha de reconhecimento pelos serviços prestados à população indígena. Ou os méritos justificativos repousam na subserviência dos auxiliares presidenciais, de modo a deixar a seu critério único e exclusivo a oferta de tais honrarias? Ao que se saiba, e nenhum cidadão brasileiro em boas condições morais, mentais e políticas, o ignora, a conduta do Presidente revela-se hostil aos descendentes dos antigos ocupantes dos 8,5 milhões de quilômetros quadrados que constituem nosso território. Durante a campanha eleitoral, mesmo a fuga ao debate não impediu o então candidato afinal eleito de demonstrar qual o conceito que faz dos indígenas. Feito Presidente, aí então ele se aproveita de toda oportunidade para comprovar o ódio devotado aos povos tradicionais, inclusive tramando exterminá-los, com decisões que privam até o prosseguimento das atividades que lhes oferecem o sustento. As mais recentes dessas perseguições às várias etnias espalhadas pelo Brasil consiste na determinação com que busca aprovar projeto que abre os territórios indígenas à atividade mineradora. Mesmo assim, a subserviência e o ódio às populações indígenas têm no titular de Ministério a que está ligada a defesa dos direitos de todo cidadão, um dos mais obedientes de quantos serviçais cercam a autoridade maior. Ainda bem que já foi questionada a concessão, cuja gravidade não a faz ser apenas a desobediência a preceito constitucional. Pior que isso - se é que algo pode ser mais grave que a agressão à Lei Maior - é o desaforo, verdadeira bofetada na dignidade de todo o povo brasileiro, contido no ato de outorga da homenagem. Desrespeitos à Constituição ingenuamente chamada cidadã, são parte do cotidiano das atuais autoridades federais. Não há dia em que pelo menos uma dessas condutas malévolas deixe de registrar-se. Com tal desprezo pelos cidadãos e tamanha impertinência, porém, ainda não se tinha visto algo igual. Bem fez o ex-Presidente da FUNAI, Sidney Possuello, ao devolver o título recebido por justiça. Sentiu-se em má companhia e não titubeou. Para o sertanista, era demais acomodar-se ao desaforo.
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