top of page

DECLARE AMOR A MANAUS. NÃO VOTE NOS SAQUEADORES

Chegamos aos 351 anos. Na roda da história, Manaus é uma criança em transição para a puberdade, com suas belezas juvenis e o sofrimento de quem foi sempre maltratada e deixada de lado por padrastos aproveitadores.

Manaus poderia ser melhor, muito melhor e mais bela se não fosse a existência de uma elite mesquinha, que vive do sangue de um povo que pena para sobreviver.

Manaus não seria uma cova de favelados se a Zona Franca não tivesse, francamente, servido de puteiro do grande capital e de suas multinacionais.

O Distrito Industrial é um novo seringal, como nos diz o poeta Aldísio Filgueiras, a sugar o sangue do operário da construção de Chico Buarque.

É mentira dizer que a Zona Franca é responsável pela preservação da nossa floresta. Quem preserva nossos rios, nossas matas e nossas vidas são os povos da floresta. Antes da Zona já existia meio ambiente preservado. O que o propalado desenvolvimento fez foi matar índios, seringueiros, caboclos e ribeirinhos.

Manaus continua de costas para o rio e para sua história.

Gestores famintos por dinheiro público continuam a saquear a cidade e nosso povo.

Empresários inescrupulosos vagueiam como zumbis à procura de mais carne humana. Para o lucro, gente não existe.

Manaus podia e pode ser mais bela, mas é preciso expulsar a turba de malfeitores que a enfeiam.

Aqui é minha cidade. Completo com Manaus 351 anos. Meu sangue está no teatro Amazonas, no reservatório do mocó, no mercado Adolfo Lisboa, nas avenidas e pontes, nos igarapés e no rios Negro e Solimões. Sou manauara, sim. Tenho na alma a resistência de Ajuricaba e o sangue bom da mulher cabocla.


Lúcio Carril

1 visualização0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Orlando homenageia Herbert Baldus

Entrevista Olá Orlando. É um prazer contar, novamente, com a sua participação na Revista do Livro da Scortecci. Do que trata o seu Livro? Homenagear o antropólogo teuto-brasileiro Herbert Baldus media

🦉🦉🦉Alis grave nil

Com a morte de Ziraldo (1932-2024) o Brasil perde o traço de quem pensava com as mãos e desenhava com a leveza mental e inventiva de um menino maluquinho. Os traços libertários e inconcessivos de Zira

bottom of page