Infeliz, para dizer o minimo, a declaração de Lula a respeito do atentado planejado contra o ex-juiz Sérgio Moro e sua família. Seria compreensível admitir mágoas alimentadas pelo Presidente da República, em razão da parcialidade do ex-coordenador da Operação Lava Jato. Não teria sido fácil para qualquer ser humano ter tão celeremente apagados da memória os atos indignos praticados pelo hoje senador pelo Paraná. O mais perseguido e prejudicado inclusive em sua liberdade, não poderia perder de vista, contudo, pelo menos duas circunstâncias. A primeira delas, o afastamento do ex-magistrado de suas antigas funções, como resultado do conceito que a mais alta corte de justiça lhe atribuiu. O reconhecimento da parcialidade de Moro, se não apaga os muitos delitos de que ele foi o autor, pelo menos colocou-o sob suspeita diante de toda a população. A segunda circunstância refere-se à posição de Lula, ninguém menos que o Chefe de Estado brasileiro. Fossem feitas em reunião familiar e na presença de uns poucos amigos mais chegados, as declarações de Lula não gerariam o impacto que provocaram. Poderiam as pesadas palavras do Presidente ser levadas à conta de mero desabafo. Ditas em cena aberta e transmitidas para todo o País, elas se constituiram em uma agressão não só ao senador paranaense, mas desrespeito a todos os brasileiros. Não menos que a repetição de conduta de seu antecessor. Este, porém, nunca deu prova de ser possível conduzir-se com alguma educação ou moderação, tão falto de ambas e das mínimas condições tidas como humanas. O Presidente Lula, contudo, errou exatamente por ter sua condição de estadista reconhecida e festejada em nível planetário. Se não está afetado por algum mal que à Medicina cabe tratar, o Presidente por ele mesmo ainda pode estancar o processo que, caso não seja interrompido, pode pôr a perder seu antes promissor governo.
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independentemente do fato que LUla deveria ter deixado para outro a tarefa de suspeitar dessa tentativa de ressurreição da figura de Moro, é conveniente uma análise sobre a possibilidade de uma manipulação midiática e jurídica da quadrilha do fake news