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Damos o que temos

De um pedaço de madeira jamais conseguiremos fazer um anel de ouro. Nessa sentença, levei a sucessivas turmas de jovens estudantes minha absoluta descrença na ignorância e na indiferença como fonte de benefício ao próximo e, no limite, à sociedade de que todos somos construtores. Ao mesmo tempo, porque precocemente elaborada, fruto de atenta observação do meu entorno, a sentença impede-me de alimentar vãs esperanças e ser colhido pela surpresa e pela decepção. Estranho é, mesmo assim, não abandonar a utopia como norte. Para ela sempre rumarei, certo de que encontrarei o ouro que selará as melhores alianças. Não serei festejado como Galileu, porque a rotundez da Terra só não existe para os néscios. Nem esperarei o reconhecimento devido a Santos Dumont, porque os ares foram e continuam a ser rompidos. Dois utópicos que alimentam muitos dos meus sonhos. Há outros, nenhum deles assentado nas posições que lhes conferiria a possibilidade de fazerem-se humanos. Só podem oferecer, porém, aquilo de que são dotados. Olhe-se em torno, de Norte a Sul, de Leste a Oeste deste infelicitado país! Nada melhor para ratificar a veracidade da frase inicial deste desabafo.


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