Crises não nascem do acaso, nem de canteiros onde antes se cultivavam flores. Sobretudo quando são crises políticas, produzidas no fértil espaço em que tem exercício a vontade humana. Se me entendem, motiva este comentário a postura do Presidente da Câmara dos Deputados, o prá lá de lamentável Arthur Lira. O conteúdo e o tom do discurso por ele proferido, na abertura da sessão legislativa de 2024, longe de contribuir para a restauração do Brasil e a paz proclamada pelo triPresidente Luís Inácio Lula da Silva, serve aos propósitos do ex-capitão excluído das forças armadas e depois tornado inelegível. Como se sabe e registram todos os órgãos de comunicação do País, livros inclusive, é do caos e do ódio que o instaura a responsabilidade pelo surgimento de fricções evitáveis e indesejáveis, não para assegurar a paz política e social. Já foi identificado o grande motivador das mais importantes correntes políticas, cada uma delas orientada por valores e executada por práticas a estes correspondentes. Desde que assumiu seu terceiro mandato presidencial, Lula tem-se revelado disposto a pacificar o País e promover o desenvolvimento que lhe foi negado, no período 2019-2022. Mesmo sabendo não contar com a maioria parlamentar necessária à aprovação de seu programa de governo, o Presidente da República achou de apostar na capacidade de persuadir os adversários de que o Brasil e sua população merecem respeito e oportunidades. A atração de Geraldo Alckmin, como companheiro de chapa, foi o primeiro gesto no sentido de promover a aproximação desejada. Depois, o estabelecimento de canais de comunicação que centrassem a atenção na eventual convergência de pontos de vista entre as lideranças parlamentares e partidárias, ainda que não passem de escasso elenco. Mesmo o mal-estar de seus correligionários menos lúcidos não demoveu o Presidente da República. Aos poucos, porém, ele vai ganhando espaço, chegando inclusive à tentativa de conquistar, pelo menos, a neutralidade do governador de São Paulo. Se Tarcísio de Freitas por alguma razão não se transformar num apoiador ou companheiro de Lula, a renúncia ao papel de seguidor fanático do ex-capitão excluído das forças armadas e depois tornado inelegível ampliará o espaço em que Lula exerce seus talentos e habilidades políticas. Não é isso o que convém a gente como o Presidente da Câmara dos Deputados. Refém do centrão ou seu verdadeiro retrato, Arthur Lira joga com outras cartas. Os números e símbolos destas apontam na direção da crise, ainda mais quando as autoridades policiais tratam de investigar muitos de seus atos pretéritos. Sequer original o político alagoano está sendo. O caos não aproveita ao propósito de assegurar a paz dos cidadãos, a produtividade dos trabalhadores e o desenvolvimento de nenhum país. Os poucos que dele se beneficiam um dia terão que prestar contas – aos cidadãos, à sociedade internacional e à História. Só os beócios optam por esse caminho. Mas ele os há em número muito maior do que supõe nossa vã filosofia.
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