No mundo das artes costuma-se homenagear os que se destacam, atribuindo-lhes as mais variadas formas de gratificação, memória ou retribuição. Se ainda somos avaros na premiação com valores monetários, sempre se têm inventado fórmulas para demonstrar apreço e admiração àqueles que pintam (às vezes também bordam), esculpem, escrevem, cantam, tocam, dançam, sobem no palco - enfim conferem prazer e sentido à Vida. Alguns desses artistas, pela regularidade de seu trabalho, às vezes complicam a análise do crítico. Raramente se encontra naquilo que já produziram, alguma peça destoante. Um quadro de qualidade inferior, um romance menos inspirado, uma composição que não toca a sensibilidade de quem a ouve, constitutiva de evidente exceção. Seria injusto porém, avaliar o trabalho desses profissionais pelo que eles raramente fazem. Aí, então, é necessário levar em conta o que é regra na produção do artista que se deseja com justiça homenagear. Recorre-se, no caso, não a uma peça específica, mas ao conjunto da obra. Foi disso que falou o jornalista Reinaldo Azevedo, em comentário recente. Referiu-se ele à molecagem e à grosseria do Presidente da República, ao avançar em direção a um influenciador que o agredia verbalmente no chiqueirinho do Palácio da Alvorada. Depois, Reinaldo mencionou a forma grosseira com que a mesma autoridade tratou seus próprios assessores, quando, tal domadores de circo, tentaram trazer o assessorado à razão(?). Mesmo condenando a maneira como o ex-cabo do Exército abordou a autoridade que resiste a sê-lo, o jornalista não esqueceu o conjunto da obra. A regularidade cotidiana com que o Presidente agride a Constituição, os poderes constituídos, os cidadãos - o Estado Democrático de Direito. Por mais trágico e ridículo que seja, esse é o conjunto da obra de quem breve o Brasil se verá livre.
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