Entendi mal ou faltei à aula de algum dos muitos cursos frequentados, quando o professor falou de inteligência humana. Uns três ou quatro desses cursos incluíam o assunto, alguns de pós-graduação, outro de mestrado, e algum de extensão. Nem menciono a audiência a palestras, seminários e debates sobre o tema ou que apenas indiretamente o traziam à baila. De uns colhi a impressão de que a inteligência tem a ver com a capacidade de entender o ambiente, social e físico com que o indivíduo vive e convive. Daí a conclusão para alguns dos estudiosos: a inteligência é a capacidade de resolver os problemas com que se há o ser humano. À segmentação do conhecimento seguiu-se a apresentação de diversos tipos de inteligência, até chegarmos ao que hoje se chama inteligência artificial. Aquela inventada pelo homem, nesta época nada agradável para Charles Chaplin. Segundo ele percebeu na primeira metade do séc.XX, precisamos mais de sentimentos que de técnicas. Imagine o que diria o genial criador de Carlitos, nesta conturbada fase da História! Interessa, por enquanto, indagar se tudo a que se tem chamado inteligência realmente faz uso devido e correto da expressão. Juntam-se alguns bisbilhoteiros, dão-se a eles equipamentos aptos a colher informações privadas de qualquer um e se chama isso de inteligência. Neste caso, ao arrepio de qualquer preceito ético, além da hostilidade ao ordenamento legal. Em síntese, os arapongas e sua escuta ou monitoramento visual, mesmo a distância, comporiam os setores de inteligência deste ou daquele governo. Em outras palavras, a espionagem ilegal controlando criminosamente a vida de terceiros. Talvez por ter faltado à preleção sobre o assunto, divirjo do nome que se dá a esses setores e, genericamente, aos que se prestam a esse exercício criminoso. Se o homem não ostenta a aptidão para resolver problemas, os seus ou os de quantos dele dependem, como dizê-lo inteligente? Burro é o que ele é. Aqui, não tenho dúvida a respeito desses opostos. Que me perdoem os muares quadrúpedes!
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