Confirmação

O debate entre os dois candidatos à Presidência da República do Brasil, no pool liderado pela Bandeirantes, se não foi um modelo de discussão, terá pelo menos confirmado a maioria das suspeitas de perto da metade do eleitorado brasileiro. A primeira delas refere-se ao discurso de uma nota só, propriedade privada do candidato à reeleição. Incapaz de entender minimamente a complexidade da Economia, ele sempre usou a rota de fuga que o tem caracterizado. Refiro-me ao desvio por ele utilizado, o da corrupção, de forma pouco prudente ou, no limite, extremamente arriscado para ele. Contra Lula pesam acusações que nem a conduta desonesta do agora senador eleito conseguiu concluir. Sempre será bom lembrar a atuação absolutamente compreensível do STF, que não deixou prosperar o que está muito longe do devido processo legal. Não são menores nem menos graves as denúncias contra o adversário do ex-Presidente. Neste caso, a caneta que produz os decretos de sigilo foi acionada e, por enquanto, ainda opera efeitos. Não se sabe até quando. A segunda confirmação recai sobre a também compreensível insegurança do candidato à reeleição, cujo fácies o revelou a todo instante. Seria diferente, caso ele tivesse o desejável discernimento e o exigível conhecimento sobre os mais graves problemas nacionais. Confirmou-se, igualmente, junto com o estilo e a orientação da próxima administração federal, substancial diferença entre os dois candidatos. Lula reafirmou o papel do Estado como indutor do desenvolvimento, enquanto seu opositor promete avançar no processo de entrega de setores da economia ao setor privado, sem qualquer consideração aos aspectos estratégicos envolvidos. Também foram ratificados o desprezo do ex-capitão pela vida de seus governados e o descompromisso com a democracia. Tudo, à custa do sacrifício da Constituição.