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Comparação oportuna

Diga-se o que se disser do cidadão Luís Inácio Lula da Silva, toda e qualquer comparação dele com o atual Presidente da República parece brincadeira. Tão diferentes são eles entre si, que o confronto, por suas eventuais qualidades ou sobejos vícios, equivaleria ao cotejo entre bananas (sem qualquer outra alusão) e laranjas. Os registros de ambos são capazes de estabelecer nítidas e profundas marcas diferenciais, na vida pregressa remota ou próxima. Uma dessas marcas distintivas relaciona-se à presença de ambos no Congresso Nacional, quando no exercício do mandato de deputado. Nem um deles se notabilizou pela atuação parlamentar, mas só o ex-capitão excluído das forças armadas permaneceu por mais de três décadas naquela Casa. Lula, ao contrário, desencantou-se com a atividade e preferiu dedicar-se à luta política que após três tentativas levou-o ao Planalto. Algo certamente muito melhor que continuar desempenho abaixo do medíocre, ainda que, como o outro, talvez tivesse a oportunidade de embolsar o auxílio-residência na tarefa de comer gente. Deixemos de lado o caráter criminoso desse ato, e contentemo-nos com destacar seu aspecto moral. Quaisquer que tenham sido os pecados e atos condenáveis de que Lula tem sido acusado, justa ou injustamente, não se encontra um só semelhante ao culto à violência e ao desdém devotado aos seus semelhantes. Nunca se ouviu do ex-Presidente uma só palavra de louvor à tortura e de admiração por torturador assim oficialmente declarado. A pandemia também contribui para mostrar as virtudes e os vícios de um e outro, em especial pela contribuição da conduta do atual Presidente e seus paus-mandados à produção de quase 700.000 vítimas fatais. Em relação a Lula, não foi o Partido que ele criou e mantém sob seu domínio que desfez as maquinações de um juiz classificado como parcial - desonesto é a palavra mais próxima desta - para condena-lo. Neste caso, e levando em conta o rol de atos delinquentes atribuídos ao discípulo de Olavo de Carvalho e admirador de torturadores daqui e d'além-mar, é justo entender o empenho dele em desqualificar as urnas e todo o processo eleitoral. Os constrangimentos que a Justiça Eleitoral tenta impor à disseminação da mentira, arma eficazmente utilizada na eleição de 2018, causam pânico ao concorrente de Lula. Ele mesmo sabe de suas ações (das omissões igualmente) e das consequências que elas podem determinar, nos âmbitos policial e judicial. Só não tem certeza de que seus prováveis carrascos e julgadores serão tão açodados quanto seu ex-sinistro da Justiça. Este, é oportuno dizer, um dos patrocinadores de sua instalação no posto a que concorre. Em reeleição que ele mesmo prometeu extinguir. Nada que surpreenda ou assuste, tratando-se de quem se trata.

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