top of page

COMO O MUNDO ESTÁ ORGANIZADO E AS GUERRAS COMO OBJETO DO IMPERIALISMO

Foto do escritor: Professor SeráficoProfessor Seráfico

Faço parte da esquerda anti-imperialista e que entende o imperislismo como como uma fase superior do desenvolvimento capitalista, cujo capital foi acumulado pelo saque às riquezas naturais de nações invadidas e colonizadas.

Neste sentido, reconheço que partes do continente americano, asiático e africano foram vítimas do colonialismo e do imperislismo. Vejamos.

Depois da Guerra da Secessão, os Estados Unidos estruturaram seu capital financeiro e partiram para um novo colonialismo, à procura de mercado consumidor e matéria-prima para seu desenvolvimento tecnológico. Isto foi feito através da intimidação militar e do expansionismo cultural.

Faço esta introdução para resgatar o conceito de imperialismo, tão maltratado neste tempo de conflito entre Rússia e Ucrânia.

Este conflito, é bom que se diga, foi provocado pelo expansionismo militar dos Estados Unidos, que resolveu sitiar e intimidar a Rússia, usando como base países fronteiriços. A Ucrânia está sendo usada como parte da expansão imperialista americana.

Há alguns dias tenho ouvido um vitupério conceitual, chamando a Rússia de imperialista.

A Rússia só foi imperialista durante o czarismo, fazendo sua expansão para a Sibéria e para o Mar Cáspio, como forma de superar suas relações feudais de produção. Desde a revolução de 1917 que o país de Lênin entrou na política da coexistência pacífica.

E onde está o imperialismo?

Hoje, os países que invadiram os três continentes estão juntos e solidários em qualquer empreitada imperialista, seja dos Estados Unidos ou da União Europeia.

O mundo se organizou assim. É aquilo que chamamos de Divisão Internacional do Trabalho, com os países desenvolvidos de um lado e do outro os subdesenvolvidos. A desigualdade começou lá atrás, no colonialismo, e hoje é o imperialismo que ocupa para criar consumidores dos seus produtos e tecnologias.

Da forma que o mundo está organizado as guerras são partes intrínsecas. Elas são resultados do expansionismo militar, econômico e cultural dos mesmos países colonialistas.

E por falar em expansionismo cultural, você que resiste em entender ou aceitar que as guerras são resultados do imperialismo econômico que começou lá no início do colonialismo é um subproduto da ideologia de dominação dos países ricos e responsáveis pelas guerras. Você faz parte de uma massa da indústria cultural e informativa do imperialismo.

Não é por acaso que a mídia dominante e patronal formou uma cadeia de notícias falsas ou de meias verdades sobre o conflito Rússia/Ucrânia, fazendo prevalecer a versão do imperialismo americano e europeu. Isso é um objeto do expansionismo cultural dos países desenvolvidos. Eles nunca são o inimigo. O teu inimigo deve ser sempre o inimigo deles.

É claro que Putin não vale nada, que ele representa o capital financeiro russo e a igreja ortodoxa. Mas isso não tem nada a ver com o conflito com a Ucrânia. O problema é de sobrevivência e soberania da Rússia. Nos tempos do czarismo aquela região sempre teve conflito, mas resolviam entre eles. Formavam uma federação russa.

O conflito de agora foi causado pelos Estados Unidos e seus parceiros europeus de antanho. Isto porque a Rússia tende a se aliar com a China, potência que ameaça o poder econômico dos ianques.

Nessa história toda, o povo ucraniano passa pela mesma violência que os povos da África e do Oriente Médio passam nas mãos dos Estados Unidos e dos seus acólitos da Europa. É assim na Síria, no Iraque, no Afeganistão (não esqueça que quem criou o Estado Islâmico foram os Estados Unidos durante a Guerra Fria. O EI e todos grupos que hoje eles chamam de terroristas) e em vários países.

Então, antes de sair tomando partido em conflito localizado, entenda onde está a causa do problema. Se tem alguma coisa positiva nesse conflito é a possibilidade de reflexão sobre a verdadeira causa das guerras. E se você quer ajudar a paz mundial, ajude combatendo a forma como o mundo está organizado. Comece deixando se ser um subproduto cultural do imperialismo. Deixe de ser um papagaio de quem te aprisiona.


Lúcio Carril

Sociólogo

Posts recentes

Ver tudo

PROVA DE HUMANIDADE REPLICANTE

João Scortecci* Prova de vida eu sei o que é. Sou aposentado e uma vez por ano, no mês de agosto, vou até uma agencia do banco do Brasil,...

Comments


bottom of page