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Como doença

Foto do escritor: Professor SeráficoProfessor Seráfico

As doenças que afetam o ser humano nem sempre são logo identificadas. Passado certo tempo, os sinais e sintomas permitem inclusive estabelecer o que os especialistas chamam diagnóstico diferencial . O tratamento, então, fica facilitado, aumentando o grau de recuperação do enfermo. A corrupção parece desses males. Um pequeno ferimento aqui, uma dor suportável acolá, se deixamos o processo correr solto, não demorará a remoção do paciente, às pressas para a hospital. Quando se o abriga em estabelecimento servido por bons e prestigiados profissionais, e estes não dão as costas para a Ciência, nem falta o oxigênio necessário à manutenção da vida do paciente, pode-se esperar a cura. Às vezes mais, às vezes menos distante. A corrupção não foge a essa regra: tolerada uma vez, ela pode crescer até o ponto em que a ambulância será chamada pela urgência do atendimento. Não têm faltado ocasiões em que os curandeiros, diplomados ou não, preferem encontrar um meio de proteger o paciente, fazendo dele um companheiro capaz de lhes trazer benefícios. Se há a menor suspeita de que negócios que se utilizaram do Pronto Socorro e Hospital 28 de agosto incidem nesse caso - mais que isso, em tipos capitulados no Código Penal - o melhor é que os socorristas da espécie tratem logo do caso. Como na Medicina, promovendo a similar apuração, investigação epidemiológica chamada no ambiente da saúde pública. Reserve-se a oportunidade do devido processo legal e o respeito irrestrito ao amplo direito de defesa. Sem a parcialidade que alguns tentaram implantar dentre os costumes judiciais do País. Ao final, evitados os erros propositais do processo, este também um vício a que poucos dão a devida atenção, ao doente deve ser dada a medicação correspondente - a liberdade e a faixa de bom cidadão ou, ao contrário, boa e prolongada permanência em outro estabelecimento. Desta vez, naquele que deveria oferecer a cura adequada. O nome dela é ressocialização. A vingança é outra coisa, e faz tempo que um conde italiano (Cesare Beccaria) disse conter pouca probabilidade de curar alguém.

 
 
 

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