As enchentes que mobilizam parte da sociedade brasileira interessada em minorar o sofrimento dos gaúchos é a mesma que desencadeia sentimentos e ações diversas. Tem-se testemunhado, de um lado, a solidariedade e a ajuda material daqueles nos quais ainda se podem perceber traços do que Hannah Arendt chamou condição humana. Esses, muitas vezes também afetados material e emocionalmente, vêm envidando esforços dos quais exala o bom odor do amor ao próximo e da genuína solidariedade. Do governo também não têm faltado decisões, gestos e recursos sem os quais feneceria qualquer esperança ou maior seria o número de mortos. As águas não perdoam. Como não há de perdoar a sociedade aqueles que, cultores da morte, incumbem-se de espalhar mentiras e desestimular - quando não, ridicularizar - o espírito solidário dos outros. Assemelham-se, estes, aos saqueadores oportunistas, cuja presença no cenário tem desviado parte da energia necessária à mitigação do sofrimento. Quanto a indivíduos desse jaez, não há que ignorar quanto sabem ser coerentes. No pior dos sentidos, mais a coerência se firma, sabendo-se a que valores se referem e quais os líderes que os inspiram. Foi assim durante a pandemia, seria ingênuo imaginar trocados os valores e os interesses que os movem. Se nenhum deles é coveiro, todos são os fornecedores dos cadáveres que entretêm tão dignos profissionais. Desde que não sujem as próprias mãos, buscam sempre maior colheita.
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