Dificilmente entenderá o universo quem nada sabe da cidade em que vive. Tornada truísmo, a sentença atribuída a Leon Tolstoi coloca ao indivíduo limites e perspectivas de que o cotidiano se mostra adversário. Como chegar à compreensão do Mundo, se nem da própria cidade em que moram as pessoas conseguem oferecer interpretação adequada? Em outras palavras, e olhando de outro ponto de vista, como admirar, respeitar e estimular saudável conduta (o que poderíamos chamar conduta cidadã), se para nós a cidade é uma desconhecida. Impossível tecer laços permanentes, respeitosos e profícuos, se escapam à percepção das pessoas os fatos normais, corriqueiros, mas nem por isso desimportantes, de seu próprio habitat. De igual modo, as coisas materiais que informam e conformam a fisionomia urbana. Afinal, produto da ação humana em contato com a natureza, a mesma que os fez seres vivos e permite estender essa qualificação ao espaço que lhes dá abrigo. Digo tudo isso, porque amanhã, 16 de maio, têm início em Manaus as atividades da Semana Nacional dos Museus. Até o próximo dia 22, os cidadãos interessados terão a oportunidade de mostrar-se mais que ocupantes de determinado espaço geográfico, participando das várias e interessantes atividades que a Prefeitura de Manaus programou, integrando a rede de museus existentes no País. Talvez nunca, como nestes dias do ano que marca o primeiro centenário da Semana de Arte Moderna, a busca de explicações para nossa trajetória histórica se tem feito perceber. Daí a oportunidade de destacar quanto a cidade depende da ação dos que nela moram, tanto quanto a cidade pode ter percebidas certas peculiaridades que a tornam uma só, sem igual, para os seus ocupantes. O conhecimento do passado e como ele foi construído, ele que um dia foi futuro, e como visualizar o futuro construído pelos que a ocupam. Seja mas margens dos igarapés - traço a um só tempo auspicioso e desafiador -, seja na zona periférica violentada muitas vezes até pelos agentes públicos; seja, ainda, na agitação das vias públicas e na ausência de suficientes equipamentos urbanos a facilitar e tornar aprazível a vida dos habitantes, todos teremos melhores relações com a cidade e os outros cidadãos. A qualidade destes tendo tudo a ver com a cidade por eles mesmos construída.
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