A pregação contra o Estado, como a fez o candidato Felipe d'Ávila (Partido Novo), no debate da rede Bandeirantes, assemelha-o aos anarquistas. Salvo quanto às motivações e à fundamentação política e ideológica dos seguidores de Bakhunin. Enquanto os anarquistas alimentavam a esperança de construir uma sociedade de iguais, o concorrente ao posto de Presidente da República deseja o desmantelamento do Estado e a privatização de todas as atividades e funções por ele assumidas. Como se tivesse chegado no último sábado no Brasil, sem nunca ter lido ou ouvido alguma coisa notícia sobre o País, d'Ávila fala de um "Brasil que deu certo". Este seria aquele do agronegócio e das práticas empresariais sob o sistema de acumulação e concentração responsável por permanecermos dois séculos atrasados em relação ao calendário. É onde o Brasil "deu certo" que se registram os piores índices de desigualdade e de retrocesso. Sem qualquer intenção de exaustividade, bastaria mencionar a multidão de moradores de rua na capital paulista e a periferia de Manaus. A primeira é a cidade mais rica da América Latina; a outra é classificada como o 6° maior PIB dentre as capitais dos Estados brasileiros. A legislação que protegia os trabalhadores brasileiros, combatida tenazmente pelos beneficiários da desigualdade, resultou na precarização do trabalho e no retorno a condições que vigiam antes de 13 de maio de 1988. As novidades defendidas pelo candidato do Partido Novo, então, correspondem ao ano de 1887. Por isso, não prospera sua argumentação, toda ela coincidente com as políticas que confundem ocupação com emprego e condenam os trabalhadores a admitir vínculos sob regrar precarizadas, como se isso fosse o mesmo que emprego. Tudo, pura hipocrisia. E perversidade - não esqueçamos.
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