Quase uma cerimônia solene, o programa comemorativo dos 80 anos de Caetano Veloso alcançou nível superior em relação a qualquer outro espetáculo semelhante. Esteve muito próximo de uma manifestação religiosa. Não que contivesse louvores a um deus, qualquer fosse ele. Nem que tenha usado valores e rituais proclamados por sacerdotes nos templos de suas respectivas confissões e denominações. Ali, o caráter de sagração pode ser observado tanto pelos laços parentais dos artistas exibidos, quanto pelo tom com que cada peça foi executada. Discretos como nunca se terá visto sobre um palco, os membros da família de Santo Amaro da Purificação marcaram momento superior da arte musical em nosso país. Com um traço talvez inédito, se não apenas inusual, o que foi anunciado como um show ultrapassou a barreira de qualquer outro momento em que centenas de pessoas se reúnem para aplaudir profissionais que ganham a vida com seu peculiar talento e o reconhecimento da plateia. Caetano, os filhos Zeca, Moreno e Tom e a irmã do aniversariante, Maria Betânia fizeram questão de homenagear três outros ídolos da música popular brasileira, que este ano completaram a mesma idade do aniversariante festejado - Gilberto Gil, Paulinho da Viola e Mílton Nascimento. Ao final, uma certeza: homenageados foram os espectadores que se mostravam emocionados a cada peça executada. E os telespectadores, também tocados pelos sentimentos que viam expressos na plateia presencial. Estou quase certo de que nenhum espetáculo terá nível superior ao da noite de 07 de agosto, por muito tempo.
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