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Cavernosos, com muito prazer!

Assustaria, se desconhecida alguma indicação de tão avelhantados propósitos. Não é o caso. Ao contrário, desde o início de 2019 não temos se não percorrido um caminho de volta, aquele que restaurará a colônia no País. Agora, documento com quase 100 páginas anuncia a pretensão de concluir em 2035 o projeto sonhado por facções do Partido Militar. Os pensadores (?) e autores do roteiro consideram a utopia um pecado um vício, um defeito a ser corrigido. Não está clara a terapêutica a ser aplicada, tantos os recursos de que a tecnologia hoje é tão farta. Pode-se pensar, portanto, na aposentadoria definitiva do pau-de-arara, das cobras vivas ornamentando corpos inertes, do lançamento no oceano, do empalamento e de outras práticas que a literatura registra. Em obras de pura e crua realidade. É certo que as fake-news, como os livros de Bilac, serão estimuladas, financiadas, produzidas e chegarão à mais remota e escondida caverna. À nação, assim, sucederá o cavernão, utopia única admitida. Aos punidos de ontem, mesmo os mortos por tortura em dependências oficiais, serão acrescentados os que hoje veem o mundo aproximar-se do conceito de pátria de todos, cidadãos do Mundo todos os que a habitarem. Aqui, o xis da questão, para ser compreendido, antes que compartilhado e aplaudido o projeto. Afinal, se a Terra for entendida pelos que a habitam como lugar comum, qualquer esforço para negar a globalização é pura perda de tempo. Apenas atrasará o momento em que às fronteiras restará a condição de meros fenômenos físicos. E os Estados nacionais serão dispensados de defender-se de eventual hostilidade estrangeira. Porque ninguém será estrangeiro. Dá, portanto, para entender a preocupação de nossos patriotas. E militar em causa própria ainda não é crime. Quando muito, pode ser feio. A guerra também o é, e como tem quem a ame, defenda e provoque.

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