É interessante(!) observar como há pessoas que trocam causas por efeito, quando comentam a realidade com que se deparam..Todos, buscando ajustar a realidade às suas preferências, crenças e preconceitos. Devido aos interesses daí decorrentes, comprometem a suposta honestidade intelectual apregoada, tomando por causa o que na verdade é o efeito. É mais fácil lidar com a aparência do que buscar os geradores das dificuldades. Ainda agora, a fome e a pobreza têm sido vistas como causas da crise generalizada (política, econômica, sanitária, moral etc) por que passamos. Essencial e profundamente desonestas, análises supostamente dirigidas à manutenção do status quo não passam da tentativa de justificar a realidade. Como se esta nada tivesse a ver com a vontade das pessoas e o esforço para fazê-la realidade. Desemprego, precarização do trabalho, desrespeito às minorias, doença, fome, ignorância, tudo isso aprofundando a desigualdade não surge do nada. São, todas elas, produto da percepção e da consequente ação do homem (entenda-se como espécie, sem necessidade de discernir os sexos), o que atribui o caráter social de que se reveste a crise, se não é mais próprio chamar tragédia. Pior, porém, quando evidente a contribuição das lideranças e dirigentes para que seja assim. Há coisa mais grave que isso? Há, sim !!! A tentativa de aparentar solidariedade aos que sofrem e hostilidade ao que os faz sofrer, além de desonesto é perversidade em altíssimo grau.
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