Esgotados os apertados limites da redemocratização representada pela Nova República, as conquistas da Constituição dita cidadã não bastaram. A riqueza natural do País, as enormes potencialidades econômicas nela inseridas, o aprofundamento das desigualdades e o exacerbado egoísmo das elites empurraram-nos para a tragédia. País devastado, minorias reprimidas e perseguidas, tornados párias da sociedade mundial, os brasileiros tivemos que superar a um só tempo valores incompatíveis com a civilização, projeto político negacionista, a mentira fazendo-se expediente rotineiro nos gabinetes oficiais. A mais importante e simbólica decisão do fujão do Planalto terá sido a de não comparecer à posse de seu sucessor na Presidência da República. Durante os quatro últimos anos firmou-se a impressão agora cabalmente confirmada de que sua ausência a cerimônias e atos dignos dizia mais do que sua aversão a qualquer gesto civilizado ou civilizatório. Simplesmente porque os atores desses atos fundamentais à vida social e política contrastam com o desdém e a brutalidade com que o antecessor do Tripresidente caracterizou não sua trágica e deletéria gestão, mas toda sua vida. Não são os odiados adversários do nojento que o dizem, mas a grande maioria dos brasileiros, alguns dos quais deixaram os porões e esgotos por obra e desgraça do abjeto ser que hoje criticam. Mas assim é feita a História. Desta vez, mostrando que o pós-22 chega tocado por novos ventos e novos cantos - os da Esperança e da Refundação.
Pós-22 - refundação de uma nação
Atualizado: 3 de jan. de 2023
se não ocorrerem mudanças e tudo ficar como se não tivesse quase ocorrido um golpe militar, daqui a quatro anos o pesadelo retorna a nos assombrar.