Bons para quem
- Professor Seráfico
- 23 de mai. de 2023
- 2 min de leitura
Desmoralizando os donos (menos de 25 pessoas ou corporações) e os serviçais do mercado, anunciam-se os expressivos lucros do Banco do Brasil, da Petrobrás e de outras estatais, das que ainda restam no patrimônio público. Do outro lado da cerca, divulga-se a falência de empresas pouco tempo antes dadas como exemplos de eficiência, produtividade e lucratividade. Até serem descobertas falcatruas capazes de desconstruir a imagem positiva de verdadeiras farsas empresariais. Não se conhece algum empresário falido, na miséria. Nem menos que detentor de expressivo patrimônio. Embora se saiba, a cada decretação de falência, da multidão de desempregados por isso gerada. Inescusável admitir que, seja a empresa privada, seja pública a empresa, entre o custo de seus respectivos produtos e o preço pago pelo usuário ou consumidor, há de haver alguma diferença. Sem isso, não haveria como manter em funcionamento a unidade produtiva, remunerar adequada e justamente seus dirigentes e trabalhadores, e expandir ou atualizar seus negócios. Neste último caso, modernizando equipamentos, qualificando pessoas, assumindo e introduzindo novos procedimentos, ampliando a rede de proteção social dos que efetivamente trabalham. Chame-se a essa diferença entre custo e preço lucro ou qualquer outro nome com que a batizemos, o problema está no destino a ser dado ao resultado da operação fundamental - custo menos preço. A remuneração dos chamados fatores de produção, desigual, injusta, obscenamente monstruosa no setor privado (como o têm dito todos os levantamentos, estudos e pesquisas sérios), não pode ser o modelo aplicado ao setor público. Já nem precisamos lembrar quanto recurso do Erário tem alavancado fortunas particulares. Basta mencionar os beneficiários dos lucros produzidos pelas estatais, os mesmos cujos negócios foram criados, se mantêm e se expandem graças a isenções, estímulos fiscais e tributários, tudo a serviço de crescentes níveis de acumulação. Só recentemente os dividendos pagos foram tributados. Pode ser um bom começo. Como também apenas um cala-boca. Oxalá não seja mera cortina de fumaça!
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