Beneficiários da tragédia

Difíceis, trágicos e desumanos os tempos que vivemos. Aos avanços indiscutíveis da tecnologia corresponde seu crescente uso como forma de expandir, multiplicar e aprofundar as desigualdades. Manter o  desequilíbrio em qualquer relação – do homem e seus iguais; das nações com outras; de raças diferentes entre si; do homem com o  ambiente natural – parece propósito permanentemente buscado, a despeito dos males que, ao fim e ao cabo, desabarão sobre todos. Não parece um desvio,  portanto, a prática genocida a que se entrega o Estado Israelense, de que o noticiário vem recheado. O que gera estranheza não é o fato em si, mas a reação de grande número de observadores. É como se o Estado de Israel só agora estivesse dando  de ombros para decisões do Conselho de Segurança da ONU. Ou como a nação mais belicosa do Mundo põe na mão dos genocidas as armas com que eles cumprem o trágico e desumano desiderato. Se há algo de novo no cenário desenhado na faixa de Gaza, certamente a participação dos Estados Unidos da América do Norte e a política genocida de Netanyahu não podem ser relacionadas. Muitas  das guerras e conflitos registradas no Planeta, agora como antes, envolvem armas fornecidas por nações que se dizem civilizadas, e irmãos são levados a matar-se. Assim fica mais fácil promover o genocídio planejado. Se a faixa de Gaza é um desses territórios sacudidos pela matança indiscriminada, na Ucrânia também se encontrará exemplo do quão esgarçados estão os valores que se supõem humanos. Poucos os que se ocupam de centrar sua visão nas relações interpessoais e daí para as relações internacionais, com o objetivo de compreender as causas de tamanha tragédia. Esta, como tantas outras, o alimento de fortunas e base da desigualdade.