Alguns extrativistas de látex mobilizam-se. Desejam despertar o interesse pela produção e consumo do produto do seu trabalho. E sobreviver dignamente, desta vez livres dos males que seus antigos patrões lhes impunham. Sendo que a estes e a seus financiadores é que coube o resultado de seu trabalho ciclópico nas matas da maior floresta tropical do Planeta. O suposto (por excesso de ingenuidade e má-fé) contrabando de toneladas de sementes para a Malásia é dado como responsável pelo que se veio a chamar débacle (afinal, era a belle époque) do ciclo da borracha, na história econômica da Amazônia. Depois, a II Grande Guerra levou à conhecida batalha da borracha. Terminado o conflito, a produção de látex enfrentou nova crise e várias tentativas de exploração do produto deram em nada. Criou-se a Superintendência da Borracha- Sudhevea, executante do Probor- Programa da Borracha, destinado a recuperar os seringais nativos e outros mecanismos que não tiveram melhor sorte. Se, antes, o crescimento da produção na Malásia impediu o renascimento da economia gomifera do Brasil, agora, a Bahia e São Paulo são obstáculo à justa pretensão dos extrativistas amazônicos. Tudo isso tem a ver com a conduta, sobretudo, das lideranças regionais. Como se houvesse um comportamento-padrão, marcado pela subserviência, pela aceitação de políticas colonizadoras e pelos ganhos que tais condutas acarretam para os que admitem, apoiam e defendem políticas contrárias às populações amazônicas. Não foi muito diferente com a juta e a malva, nem tem sido com o Polo Industrial de Manaus. Parecemos ajustados à síndrome de Estocolmo.
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