Ontem, não tão ontem assim, o Chefe do Poder Executivo federal alegava não ser coveiro. Morressem quantos morressem, porque a covid-19 o determinava, cumpria-se apenas uma lei natural. Afinal de contas, dizia o monstro, todos um dia morreremos. Chegada a vacina reivindicada pela comunidade científica, quem sabe a omissão na prestação de serviços de saúde pelo menos reduziria a assistência devida à população? Para ajudar a natureza, na tarefa de chegar ao número desejado -anunciado e prometido - de 30.000 mortos, a falta de oxigênio talvez bastasse. Não bastou. Produzir mentiras e divulga-las talvez fosse de alguma serventia. Mesmo se o número de mortos chegasse perto de um milhão. O ontem, porém, não se eterniza. Quando recidiva, as sociedades aprenderam com a experiência e não se deixam mais enganar. Sobretudo, se a conduta dos responsáveis pela administração pública deixa clara a diferença de propósitos e de sentimentos, em relação aos que a antecederam. Desde que a população do Rio Grande do Sul viu mergulharem nas águas do Guaíba suas necessidades, aspirações e sonhos, ela tem contado com as atenções que só seres efetivamente humanos sabem e podem oferecer. Se os irmãos de todas as demais regiões do País têm levado sua solidariedade e sua ajuda aos flagelados pelas águas, semelhantes, oportunas e decisivas têm sido as práticas das diversas agências governamentais que operam em nome da União. Mal se iniciaram as ações do que o triPresidente Lula anunciou como reconstrução e reconciliação, viram-se os habitantes do Rio Grande do Sul açoitados pelas forças da natureza. Sem abandonar os propósitos anunciados, o governo federal dá provas de que, não sendo coveiro nem bombeiro, dele pode ser cobrado o tratamento digno a todos os brasileiros. Vivam onde viverem. Pertençam ao partido A ou ao partido B. Tenham votado neste ou naquele candidato. Dignidade que distingue os seres realmente humanos dos outros. A comparação reafirma seu papel, como instrumento do aprendizado.
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