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As contradições

Socorro-me frequentemente da sabedoria popular, fruto mais da vida em permanente observação, que da leitura de livros ou audiência a ficções que, à moda de Goebells, tentam transformar-se em verdade. Às vezes, ganhando o status de dogma. Não dispenso, todavia, a boa leitura, sobretudo a que não se contenta com o tatibitate encontradiço nas chamadas redes sociais. A propósito destas, sua inspiração raramente saudável e sua manifestação raramente sadia levam-me a inverter o atributo que a tem qualificado. São, mais do que o suportável, apenas promotoras de conflitos, agressões, desvios de conduta – afinal, antissociais. A sentença produzida pela sabedoria dos que têm olhos de ver e ouvidos de bem ouvir diz-nos que a mentira tem pernas curtas. Ela caminha até certo ponto, utiliza-se dos mais variados instrumentos de divulgação, mas sempre haverá o dia em que esbarrará no desmentido com que só os beneficiários da falsidade jamais contavam. A força das contradições deixa tudo escancarado e faz com que tudo que é sólido se desmanche no ar. Esta, uma sugestão da metade do século XIX, cada dia mais vigorosa, cada dia mais destruidora de reputações longe de mostrarem-se afinadas com o que de melhor produziu a sabedoria humana, nos últimos séculos. Ontem, a direita (brasileira, sobretudo) preferia submeter os interesses da maioria da população à discrição do Banco Central. Enquanto os exportadores de alimentos punham o Brasil no pódio da exportação, parcelas da população morriam à mingua. Era preciso substituir os poderes republicanos, para garantir a soberania do Banco Central, esse agente e sustentáculo da desigualdade social com a qual convivemos. Assim, políticas públicas ligadas ao fisco, à moeda, aos juros e preços deveriam ignorar o papel das instituições da república, para satisfazer a usura, a avareza, a fome voraz dos acumuladores de bens materiais (só desses!). Hoje, é um dos mais bem-sucedidos desses acumuladores quem, pretenso imperador da Terra, confronta o FED, o equivalente norte-americano ao Banco Central de outros países. Na arrogância que lhe é peculiar, Donald Trump desdiz tudo quanto seus lacaios brasileiros afirmam de forma dogmática. Pena que o conflito Trump X Powell nada de enobrecedor traga consigo. O destino supostamente benéfico da ação do FED é o cerne da disputa. Deverão ganhar a economia e, secundariamente, os milhões de norte-americanos miseráveis, pobres ou em franco processo de empobrecimento, ou o aventureiro biliardário e avesso a qualquer sentimento que se atribui aos seres humanos? Nada além disso...


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