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Antecipação de um mês

O sociólogo Aldenor Ferreira observa o resultado da eleição presidencial, no primeiro turno, na cidade de Manaus. A cidade que, em janeiro de 2021, constituiu-se o epicentro da pandemia. Enquanto o estímulo presidencial promovia o desmatamento recorde da Amazônia e punha em risco a sobrevivência das populações originais, os hospitais da capital do Amazonas acumulavam mortos. Pela asfixia, no lugar tola e inconsequentemente chamado pulmão do Mundo. Pois bem; em Manaus, o candidato à reeleição que ele mesmo prometera extinguir obteve mais de 50% dos votos coletados. Superou em mais de 20% os votos de seu principal concorrente, causando o estarrecimento mesmo dos que, como os sociólogos, levam em conta os interesses subjacentes à luta de classes, onde quer que ela ocorra. Ou seja, no Mundo. Um paradoxo é apontado pelo articulista, a revelar a que ponto a insensibilidade (dita) humana pode chegar. Dentre os eleitores, diz com farta dose de razão o sociólogo Aldenor, certamente haverá aqueles órfãos causados pela forma como o (des)governo federal e seus sequazes locais conduziram o combate(?) à pandemia. Tornaram-se esses agentes públicos, por isso, contribuintes para a mortalidade registrada na cidade de Manaus, sabendo-se já das cerca de 200 mil mortes ocorridas no País, em consequência do mal escondido propósito governamental. O autor do Manaus e o dia da infâmia (02 de outubro de 2022) comete apenas um equívoco. As infâmias lançadas contra Manaus, o Amazonas, a Amazônia e a população da Região têm desabado desde o primeiro dia desse mau governo em dose dupla. Ao desmatamento do maior ecossistema do Globo e à matança de indígenas e quilombolas somaram-se no período a privação do oxigênio – pelos efeitos do desmatamento e desertificação e, também, pela deliberada decisão de fazê-lo faltar nos hospitais da cidade construída em meio à selva. Há, porém, a hipótese de, para compensar o deliberado atraso nas providências que poderiam salvar milhares de vida, as autoridades terem antecipado o Dia de Finados. Fizeram-no chegar mais cedo, dando prova mais que provada de sua competência necropolítica, pois talento e qualificação para torna-la vitoriosa não lhes faltam. Ganharam trinta dias na execução do projeto a que se dedicam, em tempo integral, desde 1 de janeiro de 2019.

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