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Análise sem bile

O engenheiro Samuel Hannan, estudioso da macroeconomia da Amazônia, é dos que leem os textos que tenho produzido. Diferente de outros autores, preocupa-se com forrá-los de informações colhidas em boas fontes. Por isso, temos mantido saudável (pelo menos para mim) correspondência. Devidamente autorizado, publico teor de mensagem dele recebida, a propósito de comentário que fiz, à margem de artigo publicado por ele, em Migalhas- https://www.migalhas.com.br/depeso/394188/a-exploracao-da-amazonia-e-o-povo-ignorado-que-protege-a-floresta(28/9/2023).


Eis a mensagem recebida de Samuel Hannan:


Você sempre fala na luta das desigualdades. Eu também e tenho opinião de suas principais causas: (a)desigualdades sociais: tributação gigantesca sobre consumo e baixa tributação sobre lucros - capital e renda; não correção anual das tabelas do IR pessoa física (hoje, se eliminados, os percentuais acumulados levariam a isenção para 93 ou 94%dos assalariados com carteira assinada, profissionais autônomos com renda até R$ 4700/mês e, também, a não correção anual das aposentadorias e pensões (regime geral da Previdência-INSS). (b) desigualdades regionais: principais razões do descumprimento dos artigos 43, 151,155 e 165 - parágrafos 6 e 7 da CF/88. Há alguns anos os governos têm renunciado a tributos, em montante da ordem de 4,65% do PIB (R$ 500 bilhões/ano, para beneficiários das regiões mais desenvolvidas do país (Sudeste e Sul) em mais de 63%do total, o que é vetado pelos artigos citados (deveriam ter sido destinados às regiões mais empobrecidas (norte e nordeste); investimentos em infraestrutura básica não existente... por aí vai. O Governo S/A é o maior acionista da fábrica de pobreza e desigualdades.


Concordante em parte, discordante em outra, do que afirma o analista, vejo sua contribuição diferente da de muitos porta-vozes de interesses que penso não serem os mesmos do engenheiro dedicado à compreensão da Amazônia e de seus problemas.

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