Amor e ódio
- Professor Seráfico
- 28 de ago. de 2022
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O debate entre os seis candidatos à Presidência da República transmitido pela rede Bandeirantes e o grupo por ela liderado, se não pode ser classificado como excelente, cumpriu boa parte do que se propôs. Genericamrente, pode ser dito que permitiu o confronto entre candidatos que apresentam muitas diferenças entre si, nenhuma substancial. Todos ratificaram a imagem construída, em grau maior ou menor. Nenhum deles prometendo promover mudanças profundas desde que todos parecem ver no modelo econômico uma fatalidade irreversívelmente constrangedora. Daí a ausência da palavra socialismo, durante todo o programa. A probabilidade de introduzir uma alteração, maior que seja, na sociedade, se contém no espectro desenhado pelo capitalismo. Aqui uma primeira constatação, partilhada por todos os concorrentes: a busca de resolver nossos problemas com medidas superficiais, sem qualquer eficácia na solução definitiva dos problemas a que se referem. A experiência o revela. A palavra desigualdade também raramente foi proferida, se o foi algumas vezes. Nesta oportunidade, porém, interessa-me abordar aspecto raramente apreciado pelos observadores e analistas. Refiro-me a sentimentos muito bem agasalhados no coração do homem, seja o amor, seja o ódio. Neste caso, o ex-capitão que prometeu extinguir a reeleição e agora a disputa, repetiu o seu paupérrimo repertório. A agressão à jornalista Vera Magalhães não foi mais - nem menos - que isso. Quando esse é sentimento profundamente arraigado, seu portador sempre encontrará oportunidade de manifestar-se, qualquer o esforço para mantê-lo oculto. Se o ódio se acompanha de ignorância a respeito de quase todas as coisas, mais vigorosa é sua manifestação. Não se sabe, porém, se o eleitorado levará isso em consideração, dia 2 de outubro. Os próximos 33 dias o dirão.
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