Avaliados em 100 bilhões de reais, os prejuízos causados a cerca de 2,5 milhões de vítimas colocam em debate as chamadas criptomoedas. Seja qual for o significado dessa expressão-símbolo destes tempos virtuais sem virtudes, ela sugere prudência aos que desejam enriquecer sem fazer força. Ou suar a camisa, sobretudo quando são quentes os dias e noites destes tempos. Em tese, diz a quase unanimidade dos economistas, especialmente os neoliberais, a moeda traduz o valor dos bens materiais existentes. Por isso, sempre que há inflação, esse fenômeno que eles mesmos utilizam para impedir a ação corretiva dos investimentos públicos, representa descompasso entre bens e moeda circulante. A situação desejável, portanto, seria a equivalência entre os dois. Se é aceitável essa regra imposta pelos economistas, uma pergunta logo também se impõe: os valores correspondentes às criptomoedas correspondem a que bens produzidos? Ou se reduzem a papéis - nada mais? Sendo assim, o que leva as pessoas a se desfazerem de alguns bens adquiridos às vezes com muito esforço e sacrifício, entregando seu dinheiro a espertalhões? O desejo de fazer fortuna sem esforço. Não vejo nenhuma outra razão. Daí confessar minha alegria sádica, ao saber do resultado desse gesto da mais deslavada usura. O deus dinheiro também cobra seu preço.
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