A CPI da covid-19 que pôs a nu a verdadeira realidade brasileira, dentre tantos benefícios para a sociedade fez bom uso da tecnologia. Sem as gravações telefônicas e em vídeo, muitos dos depoentes acabariam por ver triunfarem suas próprias narrativas. Estas, sempre alegadas inverossímeis, se vindas de outras bocas menos sujas. Com a autorização da quebra de sigilo de mensagens, telefonemas e vídeos tornou-se dispensável colocar suspeitos, testemunhas e outros integrantes das redes de malfeitores que desfilaram diante dos senadores, frente à frente uns dos outros. Pode-se apostar, se bem se conhecem as personagens das tramoias, quantos desaforos, palavrões, pitis e peripaques seriam testemunhados em rede nacional. Alguns dos depoentes, dias antes do comparecimento à CPI entregues à tarefa de reivindicar o fechamento do Congresso e do STF, sentiram a necessidade de garantir o próprio silêncio. Imaginem se o Poder Judiciário tivesse sucumbido à fúria com que vem sendo atacado! Ora, se o próprio suspeito precisa preocupar-se com a probabilidade de produzir prova contra si próprio, ele mesmo também suspeita (no mínimo) de ter cometido algum delito. Ou, quem sabe, é dos que se gabam de dizer - mostrem-me provas. Isso revela, sabe-se por experiência, crença ferrenha na possibilidsad3e do crime perfeito, sem provas. Nada mais. Também pode-se tomar o silêncio como não mais que cabal confissão. Os que tentaram mostrar-se espertos acabaram entrando como testemunhas e saindo como investigados. A melhor acareação é do depoente consigo mesmo.
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