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A ZFM e a reforma tributária -3

Foto do escritor: Professor SeráficoProfessor Seráfico

As desvantagens do Amazonas, quando se discute a reforma tributária, têm suas raízes em passado não tão remoto assim. Afinal, as seis décadas passadas alteraram substancialmente a capital amazonense. A qualidade dessas alterações, se benéficas ou maléficas à população, é que deve ser estabelecida. Como fazê-lo, se pouco nos temos interessado por decisões e ações que não se preocupem apenas em avaliar o faturamento, anos-pós-ano, sem a análise dos impactos do seu sucessivo crescimento? Ou seja, o desinteresse dos nossos colegas revelado quase quarenta anos antes, generalizou-se. A ZFM gerou e fez crescer tolo ufanismo, embora a classificação do PIB da capital do Amazonas alcançasse a 6ª posição no conjunto das cidades brasileiras. O que foi feito da riqueza gerada, onde ela foi reinvestida, o que a população (destacando-se os trabalhadores empregados nas unidades produtivas locais) recebeu em troca parece importar a quase ninguém. O resultado, no entanto, é palpável e está visível para quem conhece o cotidiano de Manaus e tem alguma notícia de como as coisas vão no interior. O grau de violência com o qual convivemos coloca-nos dentre as capitais mais intranquilas do País; está no Amazonas o Município mais pobre do Brasil, se levarmos a sério o Índice de Desenvolvimento Humano- IDH. Ou todos ignoramos que um dos objetivos nacionais, como o estatui a Constituição-cidadã tão condenada pelos autoproclamados cidadãos de bem, é a redução das desigualdades sociais e regionais? Vejo necessário ir um pouco mais além, razão pela qual anuncio que o próximo texto tratará ainda desse tema, mesmo arriscando provocar o mal-estar de muitos que dele tomarem conhecimento. Oxalá o mal-estar desses os leve a refletir um pouco mais sobre para o que deveria servir o enriquecimento material. Sobretudo, dos que os ajudam a enriquecer.

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