Finalmente, diluída no oceano de mentiras produzidas e proferidas pela boca suja do Presidente da República, encontro uma afirmaçào verdadeira. No máximo, a segunda de que ele foi capaz. Sempre tentando negar o que está diante dos olhos de todos, ele continua a dizer que em seu (des)governo não há corrupção. Como o mentiroso jamais desiste de mentir, ele vai mais longe. Afirma ter tirado a corrupção das páginas dos jornais. Nada mais exato! Para isso existem as gavetas da Procuradoria Geral da República, até agora entretida somente com o acobertamento das variadas e frequentes ilicitudes cometidas pelo Presidente e os círculos mais próximos dele. A começar pelos zeros à esquerda, passando pelos gabinetes diretamente vinculados àquele, até alcançar grupos que controlam os negócios nas favelas fluminenses. Também se tornou regra usar a Advocacia Geral da União para a defesa dos interesses dos que promovem o ódio e fomentam a desunião entre os brasileiros. Outro motivo para jogar as denúncias todas para gavetas igualmente suspeitas, se quiséssemos parar por aqui.
Há mais, porém, a dizer sobre essa segunda grande verdade dita pelo projeto de ditador. Não custa lembrar dos sucessivos decretos que impõem silêncio sobre assuntos que revelariam a podridão de que são tecidas as relações do Napoleão de chiqueiro, caso investigadas. Das páginas policiais para as gavetas profundas tem passado a corrupção gigantesca praticada por essa tropa que assalta, mais que tudo, os direitos individuais e coletivos mais caros à democracia. Mas desta vez o Presidente está coberto de razão. Não faltam, contudo, os que o reverenciam, aplaudem e seguem. Numa caminhada que vimos empreendida, de 1939 a 1945 e de que o Mundo/mundo parece ainda não se ter recuperado. O mentiroso-mor, porém, corre o risco de se ver abandonado. Seus seguidores admiram nele, em especial, a capacidade de mentir.
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