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A Fundação Djalma Batista e o Bosque da Ciência*

Prezados professores, estudantes,

Minhas senhoras e senhores, 1. É-me extremamente grato estar neste momento diante de vocês; tanto eu como cada um dos que me dão a honra de ouvir-me, agora, alimentamos sinceras esperanças de que a ciência ainda venha a se constituir numa atividade, mais que respeitada, defendida por toda a sociedade. Infelizmente, enfrentamos enormes dificuldades em todas as áreas, simplesmente porque desdenhamos de um dos mais importantes setores da atividade e - digamo-lo sem subterfúgios - da própria vida humana.

Assim, quando venho a uma reunião em que os últimos avanços da ciência, em seus mais variados campos, são apresentados, faço-o com a certeza de que não sou mais que um dos milhares (quem sabe milhões?) de combatentes por tão boa e dignificante causa. Melhor, ainda, quando pretendo apresentar iniciativas que, ao lado da inegável contribuição que trazem para o avanço científico do País, traduzem o empenho de pessoas, grupos e entidades que, apesar de tudo, ainda não perderam as esperanças.

2. Estou aqui, como Diretor-Executivo da FUNDAÇÃO DJALMA BATISTA, entidade de direito privado, criada graças à decisão de um grupo de pesquisadores do INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA, o conhecido INPA, de tão relevantes serviços prestados à causa da ciência e de consagradas experiências no desvendamento da realidade amazônica; à oportuna decisão desses cientistas, juntou-se o tirocínio de um profissional competente e, mais que isso, portador de visão nem sempre presente nos que dirigem instituições governamentais ou privadas. Falo do ex-diretor do INPA, professor doutor JOSÉ SEIXAS LOURENÇO, hoje designado para uma das mais importantes e estratégicas funções públicas federais, no que diz respeito à Amazônia brasileira.

Pois foi da decisão dos pesquisadores e do entusiasmo e do apoio que lhes emprestou Lourenço, que surgiu a Fundação que tenho a honra de dirigir. Voltada para o apoio às atividades de pesquisa, difusão científica, tecnológica e cultural, a entidade tem como patrono uma das figuras mais destacadas do meio intelectual da região - o médico, cientista, professor e homem de letras e cultura, que durante alguns anos foi, ele mesmo, diretor do próprio INPA. DJALMA BATISTA, portanto, mais que o nome de uma entidade privada, é símbolo do querer caboclo e também do seu saber. Variados foram os campos em que sua inteligência produziu expressiva contribuição, como o revelam seus contemporâneos e como haveremos de deixar marcado na memória dos seus pósteros.

3. Como lhes disse, a Fundação Djalma Batista é uma entidade de direito privado, sem fins lucrativos e destinada a superar os obstáculos burocráticos e institucionais que fazem tortuoso o processo de investigação científica no Brasil. Como dezenas de suas congêneres, das quais citaríamos apenas a FABESP, a FADEPA, a Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável e a Fundação da Biodiversidade, ela tem por escopo contribuir com as instituições científicas e universitárias da região, facilitando-lhes o alcance dos objetivos e captando recursos que sirvam a seus salutares propósitos.

(1ª lâmina de transparência).

É certo que muitos dos senhores certamente dirão que já viram e ouviram falar bastante sobre experiências como a que pretendemos realizar; talvez daí decorra certo quê de ceticismo que os senhores alimentam, quando alguém lhes anuncia a criação de mais uma fundação. Não lhes direi que sua conduta é despropositada; quero, no entanto, mostrar-lhes quanto poderemos fugir do destino inglório que tem cercado muitas dessas iniciativas. Várias são as razões pelas quais entendemos que a Fundação Djalma Batista é diferente. Não basta apenas mencionar o berço de onde ela procede - o INPA -, nem a qualidade das pessoas que a tornam realidade - um grupo de pesquisadores e um homem público do porte do ex-diretor daquele instituto.

Talvez essas sejam duas razões fundamentais, mas com certeza não são tudo. Sem essa origem, dificilmente seria possível atrair tantas instituições respeitáveis e estratégicas para o desenvolvimento da região amazônica, quanto se tornaria inexequível dar o primeiro passo sequer. Pois bem; do Conselho Curador da FDB participam as entidades a seguir discriminadas, todas elas com responsabilidades nitidamente definidas perante a sociedade, e nenhuma delas exonerada do dever de contribuir para o melhor conhecimento da Amazônia brasileira.

(2ª lâmina de transparência).

Como os senhores podem observar, dificilmente seriam atraídos para uma iniciativa de tal porte os órgãos que têm assento no Conselho Curador, se não estivesse consolidada nas mentes das pessoas que as dirigem a impressão e - mais que isso - a convicção de que a nova entidade nasce com efetivas condições de fortalecer o esforço investigativo sobre a região amazônica.

3. Diferentemente de tantas organizações, que surgem sob o manto de inaceitável gigantismo estrutural, a Fundação Djalma Batista tem a dirigi-la uma equipe reduzidíssima, constituída de um Diretor-executivo e dois diretores - um para administração e finanças, e outro para os programas. Atualmente, os programas e projetos em execução estão sob a coordenação do diretor-executivo e do diretor de administração e finanças, eis que ainda não se mostra necessário preencher a outra diretoria. A conhecida estrutura departamental, que multiplica os níveis hierárquicos e cria uma infinidade de unidades organizacionais não está presente na Fundação. Ao contrário, a partir dos dois níveis mencionados, as demais atividades mobilizam equipes de projetos, cada uma delas responsável por todas as tarefas definidas nos próprios documentos aprovados pelos órgãos de financiamento.

(3ª lâmina da transparência).

Na presidência do Conselho Consultivo continua o Dr. JOSÉ SEIXAS LOURENÇO, eleito por unanimidade no início do ano passado. Mesmo ocupando as elevadas funções de Secretário Regional para a Amazônia, do Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia, esse respeitado homem público continua emprestando sua colaboração à entidade de cuja criação participou.

O Conselho Fiscal, como prevê a legislação específica, tem a compô-lo profissionais da maior competência, que não têm faltado com sua atenção para com os problemas e propósitos da entidade.

(3ª lâmina de transparência).

Para que os senhores tenham uma ideia do vigor com que surgiu e das motivações que a transformaram em realidade palpável, é justo relacionar os nomes dos servidores do INPA que, dos seus laboratórios de pesquisa, de algum lugar do inóspito amazônico, ou das salas do instituto, acenaram com insubstituível apoio.

(4ª e 5ª lâmina de transparências).

Mas não foram apenas pessoas que vivem o dia-a-dia do esforço investigativo, seja embrenhando-se na mata, seja percorrendo os rios da região, que viram sentido na criação da Fundação Djalma Batista. Outros amazônidas que têm testemunhado e acompanhado a trajetória do INPA e dos que lá produzem ciência resolveram solidarizar-se com a iniciativa; daí decorreu o envolvimento de pessoas físicas e jurídicas, que desde o primeiro momento passaram a constar do quadro de instituidores da Fundação. Ei-los, na relação a seguir, que constitui um preito de reconhecimento pela compreensão que souberam demonstrar, ao trazer sua colaboração e entusiasmo.

(6ª e 7ª lâminas de transparência).

Criada em fevereiro de 1994, a Fundação passou seus primeiros meses entregue às atividades de sua organização interna e à gerência de alguns poucos projetos, todos eles ligados ao próprio INPA. Somente no início deste ano, exatamente quando a entidade completava seu primeiro aniversário, foi outorgado o título de presidente de honra ao industrial ISAAC SABBÁ. O significado da homenagem decorreu, sobretudo, do caráter pioneiro que esse homem da indústria sempre deu às suas tarefas. Quando a região amargava os resultados temporãos da debacle da borracha, foi ele quem imaginou possível a criação de uma refinaria de petróleo em plena selva amazônica. O que hoje a região reconhece e respeita como uma das unidades que são motivo de orgulho para a Petrobrás, a Refinaria de Manaus, que o povo desta cidade chama com certa intimidade de REMAN, surgiu graças ao tirocínio visionário de ISAAC SABBÁ.

Pois bem; fazendo-o presidente de honra, a Fundação vinculava seu nome ao de outro homem a quem a Amazônia muito está a dever, seja pela contribuição dada no campo da ciência, seja pelo exercício digno do magistério e da medicina, seja ainda pela participação relevante no campo cultural. Maior que tudo isso, porém, é o exemplo de dignidade e devoção à causa pública, que sempre acompanharam o patrono da Fundação.

Tanto quanto a denominação da entidade não é gratuita, não o é, igualmente, a escolha de SABBÁ para o lugar de honra que lhe foi destinado.

Feitas essas digressões, que poderão parecer dispensáveis, mas revelam a possibilidade de surgir alguma organização de olhos postos no futuro, sem renegar contudo o passado - deixem-me que lhes diga quais as áreas em que a Fundação Djalma Batista atua.

(8ª lâmina de transparência).

Aqui os senhores têm uma visão mais integrada das áreas em que se desenvolvem nossas atividades, acompanhando os interesses prioritários das organizações públicas que nos propomos fortalecer, quais sejam as instituições de pesquisa, de ciência, ensino, cultura e tecnologia.

Face a isso, mantemos, hoje, convênios com várias entidades, tornando mais flexível a captação e aplicação dos recursos destinados à pesquisa; assim, já faz parte do nosso cotidiano administrar verbas resultantes de projetos encaminhados aos mais diferentes órgãos financiadores, sendo que muitos deles quase que exigem a interveniência da Fundação, como forma de assegurar maior agilidade nos procedimentos administrativos correspondentes às ações investigativas.

(9ª lâmina de transparência).

Pode ser observado, na lâmina ora projetada, que se mesclam atividades de pesquisa com outras, quer ligadas à criação e difusão de tecnologia, quer representadas por ações educativas e culturais. O projeto de pequenos guias, que mantemos em convênio com a Fundação Municipal de Turismo de Manaus é um processo educativo cujos resultados extrapolam as mais otimistas previsões. O que antes era um grupo de meninos e meninas que predavam o patrimônio público, invadindo a área do campus do INPA, hoje constitui o mais importante grupo de seus maiores defensores. Graças às aulas de educação ambiental, esse grupo passou a defender os milhares de exemplares de fauna e flora existentes no Bosque da Ciência - projeto de que lhes falarei mais especificamente, adiante.

Na área de difusão tecnológica, destaco as pesquisas com pele de pescado, com o apoio da SUDAM. Já é possível pegar, numa rápida visita à Casa da Ciência, localizada no Bosque, pedaços de couro de várias espécies de peixe, de utilidade reconhecida na fabricação de roupas, bolsas, cintos e outros objetos de couro. Também resulta do trabalho dos técnicos do INPA a identificação de dezenas de espécies madeireiras sem uso econômico na região, mas tão úteis e adequadas à construção, quanto as espécies atualmente aplicadas.

Apenas para exemplificar, indico que a preocupação com a difusão cultural começa a ganhar espaços. É disso que trata o projeto que tramita nos órgãos interessados, com a finalidade de ampliar o desvendamento da realidade regional, a partir de exposições e discussões sobre o mito e a realidade da Amazônia, sob os aspectos histórico, sociológico, econômico, literário e antropológico.

Permitam-me falar-lhes, agora, de algo que já constitui uma das mais festejadas atrações da cidade de Manaus, para os turistas que nos visitam, tanto quanto para os próprios moradores da cidade. Localizada em pleno centro da selva, Manaus carecia de um local em que a natureza pudesse ser observada de forma sistemática e em condições de levar informações aos espectadores. Ao mesmo tempo servindo a esse propósito e ao de tornar conhecida a contribuição que o INPA vem dando, nos seus 40 anos de existência, criou-se o Bosque da Ciência. Diferentemente de um jardim botânico ou um museu zoológico, como tantos espalhados pelo País, o Bosque reúne exemplares da flora em todos os treze hectares abrangidos em sua área física e é nesse espaço que se movimentam os exemplares da fauna, mantidos livres.

Nem por estar hoje servindo a esses novos e criativos fins, o bosque deixou de ser o laboratório em que os pesquisadores do Instituto desenvolvem sua meritória obra. Ao contrário, todas as suas atividades continuam a ocorrer, com a vantagem de que, agora, elas caíram no domínio público, tornando-os objeto do reconhecimento e da admiração de seus concidadãos.

Inaugurado a 1º de abril, pelo Excelentíssimo Senhor Presidente da República, o Bosque da Ciência é a concretização de um velho sonho - o da utilização adequada da imensa área verde que constitui o campus do INPA, acrescentando à sua destinação original de laboratório científico a oportunidade de transmitir conhecimentos sobre o ambiente amazônico.

(10ª lâmina de transparência).

Pela imagem projetada, os senhores ficam sabendo o que se encontra nos treze hectares do Bosque.

Logo após a entrada, encontramos o Viveiro das Ariranhas. Nele, exemplares dessa espécie de mamífero aquático podem ser observados pelos visitantes, que são mantidos a prudente distância dos animais.

Mais á frente, já em direção ao interior do bosque, há os tanques de Peixe-Boi. Esses animais em extinção podem ser vistos em várias posições, porque tanto eles vêm à tona, respirar, quanto pelas características dos tanques - construídos de modo a favorecer a visão subaquática, através de grandes espaços envidraçados.

O Condomínio das Abelhas é a próxima atração. Esses insetos, aclimatados à região, e por isso destituídos de ferrões, produzem mel, em pequenas construções dispostas de modo a dar a impressão de que se trata de um conjunto residencial.

Mais à frente, encontra-se a Casa da Ciência, transformada de residência oficial do diretor do INPA em espaço onde podemos encontrar uma exposição permanente das diversas áreas e projetos em que o Instituto atua, até os resultados de experiências e tecnologias desenvolvidas ou em desenvolvimento pelos especialistas do INPA. Também há uma sala de projeção, onde sessões programadas apresentam vídeos sobre a natureza amazônica. Uma lojinha vende objetos ligados à ação do INPA ou produtos evocativos da região.

Segue-se um pouco e se vai estar frente a uma pequena casa, construída com madeiras raramente - se é que o correto não seria dizer nunca - usadas pela população. No entanto, as descobertas científicas indicam poderem ser destinadas aos mesmos fins que as madeiras nobres comumente utilizadas, com vantagens adicionais, do ponto de vista econômico.

Segue-se por uma trilha educativa (em que se vão encontrando placas identificativas de árvores, arbustos e outros espécimes vegetais), em direção ao Recanto dos Inajás. É ali que, em pequeno lago cercado por exemplares da palmeira que lhe dá nome, encontraremos alguns peixes da região, inclusive o puraqué.

Quando a trilha acaba, está-se diante do Lago Amazônico. Construído especialmente para receber quelônios e outros animais aquáticos e aves de variadas espécies, o lago tem em seu interior tartarugas, mata-matás, peremas, pirarucus e dezenas de outras espécies oriundas dos piscosos rios da região. Hoje o lago já é circundado por pequenas construções de madeira, cobertas de palha, onde é possível fazer pique-niques e apreciar mais de perto boa parte da fauna regional.

A partir daí começa a viagem de volta. Jacarés serão apreciados em seus tanques, antes de começar a subida, em direção ao Paiol da Cultura. Aproveitado de um paiol de inflamáveis, esse interessante local se presta a exposições artísticas e científicas e também é espaço aberto a outras entidades que tenham interesse na divulgação da cultura e da arte.

O que resta, em seguida, é caminhar sobre trilhas suspensas, construídas em madeira, de modo a permitir a aproximação dos pedestres das copas das árvores. Ao fim dessa trilha, chega-se à Ilha da Tanimbuca, em que uma imensa árvore dessa espécie parece sintetizar a grandeza e a opulência da natureza amazônica.

Não quis, neste momento, portar-me como um guia turístico, nem como um vendedor de agência de viagens. Mas tenho para mim que o bom turismo é aquele que deixa mais que a saudade dos bons momentos de lazer e despreocupação; quando terminamos nossa visita a algum ponto pelo qual estávamos interessados, se conosco fica a sensação de ter aumentado nossos conhecimentos - aí então teremos alcançado mais, muito mais, do que outros, que apenas retiram de dentro de si o estresse a as angústias, mas não põem nada em seu lugar.

Vigoroso programa de educação ambiental movimenta, diariamente, o Bosque da Ciência. A transparência que projetaremos agora lhes dará pálida ideia do que vem sendo feito.

(11ª lâmina de transparência).

Para finalizar, informo-lhes que é intensa a visitação de colegiais, orientados por seus professores. Não há praticamente nenhum dia, de terça a sexta-feira, sem que um ou dois colégios deixem de ir ao Bosque da Ciência. Os sábados e domingos são os dias de maior procura, pela população da cidade ou por turistas que a visitam. Das 9 horas da manhã até as 17:00, os portões estão abertos, sendo que os três primeiros meses (abril a junho) registram o seguinte movimento.

(12ª, 13ª e 14ª transparências).

Menores de 12 anos, acompanhados por maiores, não pagam ingresso, sendo que dos colegiais organizados em grupos pelos próprios estabelecimentos também nada é cobrado. O preço do ingresso, ordinariamente, é de R$ 2,00; turistas organizados por agências pagam R$ 4,00.

Os senhores talvez estejam longe de imaginar quão complexo é administrar alguma coisa como nosso Bosque da Ciência. Basta dizer-lhes que um só peixe-boi necessita, diariamente, de cerca de 20% de seu próprio peso, como alimentação. Considerem, agora, que cada um deles deve pesar algo em torno de 300 quilos...!

E os bebês desses mamíferos esquisitos, que se alimentam de leite...

Por isso, é pensamento da direção do Bosque, que tem administrador da Fundação e toda a assistência dos pesquisadores da área, no INPA, constituir adotantes. A ideia é fazer algumas pessoas físicas ou jurídicas “adotarem” alguns exemplares animais, fornecendo-lhes, mensalmente, os alimentos de que necessitam. Quem se habilita, neste auditório, a alimentar os peixes-bois - ou os jacarés ?

Espero ter prestado aos senhores as informações que esperavam. Coloco-me à disposição de todos, para adicionar informações que estejam à altura de minha ignorância proporcionar.

Muito obrigado.

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*Palestra proferida na Reunião Anual da SBPC, dia 13 de julho de 1995, em São Luís do Maranhão.

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