Acredite quem quiser. Só agora os meios de comunicação se dão conta de que Javier Milei prega a volta da Argentina à ditadura. De nada terá adiantado o discurso do anarcocapitalista durante toda a campanha política. Nem qualquer deles viu nas medidas fartamente anunciadas por Milei a simples repetição do ideário de direita, onde quer que ela tenha posto a cabeça de fora. Mesmo situações surreais passaram ao largo da observação dos pretensos isentões, todos eles hostis à democracia, inimigos da ordem jurídica e tomados por preconceitos que só o ódio produz. Como admitir o mínimo de sanidade mental num individuo que confessa aconselhar-se com seus cachorros? Como validar nas urnas uma proposta que contraria os avanços sociais, mesmo se estes mantêm intocada a desigualdade social construída nas últimas décadas? Merece algum crédito o gestor que busca nas cartas de um baralho mágico os rumos de seu governo? Esse não é, como sabemos todos, fenômeno registrado apenas nos países mais pobres, de que dá exemplo a maioria das nações africanas. Mas é justo lembrar o crescente fosso entre ricos e pobres, mesmo onde um dia a social-democracia vinha colhendo uns poucos bons resultados. E inconsistentes, como agora se pode perceber. Se a União Soviética, implodida sob os foguetes dos negacionistas no início dos anos 1980, logo viu prosperar todo tipo de corrupção, não foi outro o destino de tantos outros países, Mundo afora. A ideologia responsável pela ascensão de Hitler espalhou-se e, instalada no poder, tenta resolver os problemas sociais segundo os valores e métodos do III Reich. Se, nas ruas de Buenos Aires, a rejeição à barbárie se faz presente, poucos no Brasil têm sua atenção chamada para um fato que, sem rigorosa reprimenda, tem tudo para despertar preconceitos que alimentam o ódio e cultivam a morte. Refiro-me à ameaça de um dos muito covardes que utilizam as redes (anti)sociais, ao anunciar o desejo de matar o triPresidente Lula, com um tiro de rifle. A sabedoria dos cachorros, a ciência das cartas do tarô e o rifle do youtuber, além do arrependimento de Boris Johnson não bastam para resolver o que as políticas a eles identificados geraram em todos os continentes. Ninguém se admire, se Milei repetir a aventura suicida do almirante Galtieri. Nem se ele tiver a mesma sorte de seu antecessor, Jorge Videla. Neste caso, ser encontrado morto, sentado numa bacia de sanitário. O lugar em que param todos os excremetos do Mundo.
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