Nada mais óbvio do que prever o resultado da votação do STF sobre os atos terroristas de 8 de janeiro. Tanto pela contundência e fartura das provas coletadas, quanto pela índole dos membros da mais alta corte de Justiça do País. À parte o inadequado processo de escolha dos membros do Poder Judiciário - mais importante, ainda, em seu mais alto patamar -, hão de ser levados em consideração aspectos de ordem política. Teratológica, a nomeação dos julgadores pelo que um dia poderá por eles ser julgado se vê agravada pelas motivações mais torpes capazes de levar alguns deles a posto tão destacado. Vício que, diga-se a bem da verdade, permanece firme e aparenta jamais ter fim. É disso que tratam as especulações a respeito da substituição da atual Presidente do STF, Ministra Rosa Weber. É tão desavergonhado quanto o é o voto dos dois membros da bancada oposicionista, o esforço de alguns dos candidatos ao posto. Deles não se tem falado o suficiente para mostrá-los - ou não - portadores do notável saber jurídico, da ilibada conduta e de currículo que os credencie àquela corte. Conhecem-se, porém, os vínculos políticos, profissionais ou pessoais com os manda-chuva da República. Esse, contudo, é apenas um dos aspectos que cercam o julgamento dos terroristas de 8 de janeiro. Outro diz respeito à discussão estéril que os dois divergentes colocam em pauta, mesmo se diante dos seus olhos têm o substancial relatório do Ministro Alexandre Moraes. A selvageria praticada em prédios públicos e a destruição resultante a esses paus-mandados não aparentam qualquer proximidade com um golpe de Estado. É como se os cruzados do mal estivessem ali, destruindo tudo quanto lhes aparecia à frente, para pedir o respeito à manifestação de urnas, não o uso da força armada para anular a manifesta vontade popular. Cegos às imagens com que o relator ilustrou o relatório, os dois também se fizeram surdos às palavras de ordem bradadas como desafio inaceitável à própria democracia. Kássio Nunes Marques e André Mendonça terão muitos anos no exercício do cargo imerecido mas conquistado. Que aproveitem o longo período para desmanchar sua trajetória e abandonar os compromissos assumidos com os que de pior há no ideário dos povos. Talvez um dia, as parcas a lhes rondarem os caminhos, reconhecerão a fragilidade dos seres humanos, mesmo se eles se pensam dotados de poderes incontestáveis. Ou se julgam donos de uma verdade tão mais procurada quanto menos cultivada. Por tudo isso, a grande maioria dos brasileiros crava 9 X 2 na cabeça. Os baderneiros golpistas de 8 de janeiro passarão - é isso o que se espera - muitos outros janeiros ocupados na contemplação do sol quadrado.
top of page
Posts recentes
Ver tudoAs redes antissociais vieram para ficar, como a desigualdade. Esse é o resumo do pensamento que orienta grande parte da sociedade,...
20
A lógica que justifica os atos de Elon Musk é a mesma utilizada pelos proprietários dos meios de comunicação do Brasil. O twitter, agora...
20
Só a desonestidade e interesses menores conseguirão obscurecer as conquistas a duras penas alcançadas pela maioria dos brasileiros,...
00
bottom of page
Comentarios