O mais desavisado observador concordará com que o uso de armas simboliza a mais absoluta descrença em que a inteligência humana é capaz de resolver problemas. Qualquer problema, deixe-se logo firmado! Então, para se chegar ao cenário em que Ucrânia e Rússia parecem os protagonistas, há toda uma preparação. Uma espécie de planejamento oculto, cuidadosamente seguido, como a História nos tem demonstrado. Ainda hoje, sexta-feira, 25 de março, ouço entrevista de um oficial brasileiro recentemente chegado da Ucrânia. Chama-se Fernando Montenegro e pertence, agora reformado, ao Exército Brasileiro. O que afirma o militar, mesmo sem constituir novidade para os que acompanham as relações internacionais, ajuda a entender o que se passa no leste europeu. Também traz luz ao ambiente em que as fake-news deixaram de ser produto elaborado apenas pelas redes do submundo da internet. As mentiras têm prosperado, se multiplicado e disseminado em obediência à preferência das elites, parte da qual instalada nos media brasileiros. Do coronel Fernando Montenegro ouvi a confirmação de muito do que dizem uns poucos observadores e analistas, cujo conhecimento sobre o temário – relações internacionais, interesses nacionais, guerra e armas, negócios e política – é obscurecido propositalmente pelos órgãos de comunicação. Não é só o reconhecimento do sacrifício prioritário da verdade que o oficial aponta na guerra, e ele mesmo exemplifica, no conflito Rússia versus EUA/OTAN/Ucrânia. Outra afirmação de Montenegro diz respeito à inexistência de inocentes, a dirigir o negócio trágico. Importante outra observação que o coronel reformado oferece é a de que ambas as partes têm suas próprias razões para envolver-se em um conflito que pode ameaçar a paz mundial. Pondero, agora, concordando com o militar, sobre a qualidade dessas razões. E, sobretudo, sobre sua validade universal, de modo a tolerá-las como inspiradoras de solução nociva à comunidade internacional. Não podemos ignorar, por exemplo, repetidas intervenções sofridas pela Ucrânia, ao longo de sua história. Como é no mínimo desonesto exigir que a Rússia deixe passar em branco o pretendido fortalecimento do cerco da OTAN, via Ucrânia. A menção de que a guerra no leste europeu ocorre quando outras guerras em outros países estão longe de chegar ao fim, basta para desmoralizar interpretações enviesadas do conflito no território da Europa. O livre comércio das armas segue tão próspero como o desejam os que produzem e vendem armas e vivem atrás de quem as compre. Às vezes, travestidos de chefes de governo.
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